Thursday, October 11, 2007

O príncipe do Oriente

O meu príncipe do Oriente
cantava sonetos à lua
e pedia-a em casamento.
Reinava sobre um bando de mendigos,
bandoleiros, homens de estrada,
que à socapa dele se riam.
Era jovem, soberbo e belo.
Tinha na cabeça uma pluma de avestruz,
entre os dedos uma pedra de cristal.
Cheirava, mesmo a léguas de distância,
a Lord Byron, romântico e apaixonado.
Eu amava-o, amava-o, amava-o...
Nos bailes entretinha-se com as moças do lugar,
convidando-as para as danças.
Era jovem, soberbo e belo.
Eu amava-o, amava-o, amava-o...
Sorriam-lhe as raparigas,
queriam-no as velhas.
As sobrancelhas tão espessas
pareciam florestas imensas,
o olhar de tão doce magoava.
Era um homem muito triste,
o meu príncipe do Oriente,
cantando sonetos à lua
e pedindo-a em casamento.

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