Monday, February 25, 2008

Magna Opera

Soaram nove horas e meia no relógio da Ópera de S. Carlos. Dois segundos depois a bomba explodiu. A imprensa noticiou o evento em parangonas.
Doido e perigoso, Ramsés, o Egípcio, filho de Cleópatra, não cessa de pregar-me partidas! Felizmente, o nível das águas do Nilo continua a subir. Nos campos alagados e destruídos alguns pássaros recomeçam a cantar. Farei o cadáver desaparecer num charco perto de S. onde nem mesmo os abutres poderão encontrá-lo.
Não regressarei àquilo que conheço. Em Munique, em Chipre, em Rodes, em Singapura, alguém estará à minha espera. Não partirei.
Sur son lit de mort, si beau estropié, mon frère m'appelle. Il veut savoir un peu plus.
"Salut mon frère! Je suis la messagère de l'Enfer Intérieur où tous qui ont une âme humaine, divine ou animale se reconcontrent. Dans le lit d'une morte j'appris a ne plus mentir. Mais aussi je ne dit jamais la vérité. Ce que j'aime: la femme, les couleurs, le cuivre, le sel, l'amour, la toile d'araignée. Ce que je méprise: l'homme, l'intelligence que ne respecte pas les lois du réloge circadien, la médiocrité sensorielle.
Reprends l'haleine. Danse. Encombre. Ramasse. Jette en force. Occupe l'espace par la voix. L'infini c'est l'irréel."
No céu abobadado ecoam as vozes dos anjos, a luz avança e a realidade recua, ofuscada pelo sonho.

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