Sunday, March 16, 2008

Fragmento LXXIII

Nunca paro para pensar. Caminho sempre em frente. Às vezes paro sem pensar e penso. Aproveito a oportunidade como uma carpa o dia. "Carpe Diem!". Paro, penso e partilho as minhas divagações vagabundeantes.
Sobre os pecados mortais do Ratzinger, acho que apresentar a pobreza extrema de uns e a riqueza escandalosa de outros como um novo pecado mortal revela no mínimo incompetência teológica. No que diz respeito à pedofilia considero-a uma extensão moderna e ocidental da antiga e universal lei do incesto. Sobre o tráfico de drogas prefiro não me manifestar. Não sei como delimitar o conceito. O açúcar é um droga? O chocolate, o tabaco, o vinho e as aspirinas também? Quanto às práticas abortivas não são recentes e, sinceramente, não sei se será maior atentado à natureza o aborto voluntário ou o celibato imposto como regra de vida. Quanto aos outros - as experiências de manipulação genética e a poluição do ambiente são de facto práticas recentes. Não me parece é que dizer que a poluição do ambiente é um pecado mortal ajude a combatê-la. Mortal será ela para o Homem se não for detida atempadamente. Quanto às experiências de manipulação genética, penso que o homem enquanto cientista ou aprendiz de feiticeiro deveria ser cuidadoso e prudente pois está a lidar com forças cujo alcance social e político são dificilmente mensuráveis ou previsíveis. Dizer que manipular é um pecado demonstra apenas uma vez mais o preconceito que a Igreja Católica sempre manifestou em relação à ciência moderna.

Catarina Tao Tao, Deambulações Virtuais

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